O SINESP levou sua opinião à Audiência Pública na fala do Dirigente Sindical João Alberto, que analisou a conjuntura em que se insere o processo de construção da BNCC e a responsabilidade do CNE na elaboração do parecer:

"Sou João Alberto Rodrigues de Souza, Secretário Geral do SINESP (Sindicato dos Gestores Educacionais da cidade de São Paulo) e saúdo os Senhores Conselheiros, as autoridades, os Educadores os movimentos sociais, as mulheres, os jovens e as demais pessoas que compõem o público aqui presente.

De um lado, grande parte de nosso problema hoje se centra no enfrentamento com um governo tampão que despreza as áreas sociais, em geral, e a Educação, em particular. Sabemos, porém que os Conselheiros não vão proceder às reflexões sobre a Base Nacional Comum Curricular com o açodamento desejado pelo Executivo. A realização destas audiências é prova disso.

Temos que ter serenidade e foco ao debater tema tão fundamental num cenário em que a Emenda Constitucional do Teto de Gastos vai cortar na carne, a partir do ano que vem, as despesas indispensáveis com direitos fundamentais da cidadania, como a Educação de qualidade, tornando completamente inviável a implementação do Plano Nacional de Educação.

De outro lado, confiamos na independência dos Educadores que integram o Conselho Nacional para enfrentar a pressão de grupos que pretendem transformar uma normatização pensada para garantir os direitos de aprendizagem das crianças em um instrumento para restringir a autonomia dos professores e para censurar o tratamento da diversidade na sala de aula, criando um clima de holocausto com o qual a sociedade brasileira não se coaduna.

Educadores como nós, os Conselheiros saberão fazer correções no retrocesso de retomar as ditas “competências” e providenciar os requeridos ajustes de uma visão de infância mais atual na Educação Infantil.

Nós Gestores Educacionais (Diretores de Escola, Coordenadores Pedagógicos e Supervisores Escolares) que compomos o SINESP temos sido críticos do currículo das graduações em Pedagogia por não estar dando conta de formar profissionais capazes de enfrentar os desafios colocados pela realidade de nosso país perante o desempenho das atividades listadas no artigo 64 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira, pondo em risco a Gestão Democrática e a garantia ao direito a Educação de qualidade.

Contamos que, como nossa concepção de Gestão é nossa régua para medir os efeitos do currículo da área universitária, o conceito de uma sociedade, livre, plural, igualitária e republicana também será a regra do Conselho Nacional de Educação para manter o currículo longe das garras daqueles que ainda não perceberam que não há legislação que acabe com os diferentes, que não há patrulhamento que emudeça a voz das minorias e que não há perseguição que impeça a escola de prosseguir em sua luta contra o preconceito e a discriminação fundamentalista, centrada na cor, na etnia, na língua, na crença, na religião, na orientação sexual ou de gênero de quem quer que seja.

Desejo bom trabalho e frutos preciosos na tarefa dos Conselheiros. Muito obrigado."

Comentários   

# MARCIA FONSECA SIMOE 08-09-2017 04:40
Sinesp sempre presente!!!
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