O 8 de Março é um dia para comemorar, presentear, valorizar as mulheres e principalmente reforçar no meio social o combate à discriminação e à violência que elas sofrem num mundo majoritariamente patriarcal e machista!

Atualmente, pela difusão de ideias conservadoras e discriminatórias, a intolerância aumentou atingindo mulheres, negros, indígenas, LGBTQI+, incentivada por um governo pseudomoralista nos costumes e ultraliberal na economia!

Como ocorre todos os anos no 8 de março, as mulheres celebram os avanços conquistados e apresentam suas reivindicações por mais igualdade, oportunidades, pelo fim das discriminações e das violências doméstica e social.

Porém, mais do que nunca, além de defender suas conquistas, as mulheres devem nesse 8 de março expor suas dificuldades, denunciar políticas públicas que lhes sejam desfavoráveis, e também falar sobre superação e resiliência frente às dificuldades.

A Pandemia e o confinamento que ela exige trouxeram, como efeito colateral, o aumento da violência e do feminicídio. Homens frustrados, irritados e estressados descarregam nas companheiras. Essa ainda é uma realidade inaceitável, agravada pelo retrocesso civilizatório de um governo que incentiva o machismo e por consequência a violência contra as mulheres.

Essa marcha anticivilizatória não atinge só as mulheres, mas também os avanços democráticos e os direitos trabalhistas, com o claro objetivo de manter e ampliar a exploração social sobre o trabalho.

No caso da mulher, retarda sua inserção real no mercado de trabalho, fator de autonomia e emancipação. Mesmo as trabalhadoras bem remuneradas estão sujeitas a duplas ou triplas jornadas, pois na maioria das vezes recai apenas sobre elas o trabalho doméstico e a educação dos filhos.

Mantê-la sob o jugo masculino, como trabalhadora doméstica não assalariada, obrigada a dar conta sozinha de tantas frentes é situação dramática que alerta para a necessidade urgente de políticas públicas que enxerguem e defendam as mulheres em relação às mazelas sociais que as atingem.

O 8 de março é, portanto, uma data que chama toda a sociedade à luta por igualdade de direitos. Implica na participação, mobilização e conscientização de todos. Na educação, é dia de envolver a comunidade escolar nessas questões, o que precisa ser continuado ao longo do ano como forma de resistir e buscar avanços para toda a sociedade!

A batalha das Gestoras Educacionais na Pandemia

O SINESP perguntou a dirigentes sindicais e filiadas como elas estão vivenciando o desafio de ser mulher e Gestora Educacional em meio à pandemia. Como enfrentam e buscam a superação das dificuldades vividas nas escolas e em família.

 

"Dia da mulher é todo o dia! A categoria de gestor escolar ainda não conta com um número expressivo de gestoras negras que, em sua maioria, trazem relatos de discriminação no exercício de seus cargos.

O trabalho de gestor é muito dinâmico porque num mesmo dia podem ocorrer várias situações, muitas de caráter emocional, porque estamos lidando com Gente: GENTE COM VIDA e infelizmente para o nosso governo isso não tem valor.

No nosso caso da Prefeitura de São Paulo, os gestores foram escolhidos como a bola da vez pelo governo e não pararam de trabalhar na pandemia, pondo suas vidas em risco e sujeitando ao risco as suas famílias. Mesmo tendo um sindicato forte, o SINESP, que recorreu a todas as instâncias judiciais, não conseguimos barrar essa ação do governo.

As gestoras do município de São Paulo merecem toda a nossa credibilidade, confiança e admiração.

Um grande abraço carinhoso a todas!"

Maria Benedita de Castro de Andrade, Gestora Aposentada e Dirigente do SINESP         

 

"Ser mulher preta e Gestora em tempo de pandemia é não se omitir e ser resiliente. É ter uma escuta ativa com toda a comunidade escolar. Esperançar por dias melhores. E apesar de tantas demandas, não esquecer do batom.

Mulher Gestora presente!"

Gidalva Santos Santana, Supervisora Escolar na DRE IQ e CREP do SINESP         

"A pandemia nos fez refletir com intensidade o nosso papel na sociedade, esse papel de mulher trabalhadora e cuidadora da família. Nós Gestoras fomos obrigadas a abrir e trabalhar nas escolas. E lá estivemos com a presteza e a dedicação de sempre. Arriscamo-nos e por vezes arriscamos nossos familiares.

E nessa miudeza da vida cotidiana somos talvez o grupo mais afetado pela crise, mas ignoradas pelas políticas econômicas e sociais do atual governo. Temos poucos motivos a comemorar nesse dia da mulher. Meu recado é que tenhamos força para continuar na luta e exigirmos dos governos que priorizem as mulheres nos processos de formulação, implementação e avaliação de políticas públicas em geral.

Feliz Dia das Mulheres para nós!"

Rosalina Rocha de Miranda, Supervisora Escolar na DRE PJ e Dirigente do SINESP         

"Ser Diretora de Escola em cargo predominantemente feminino em tempos de pandemia é extremamente desafiador. Faz refletir sobre a natureza do cargo de liderança e, para além disso, reconhecer as fragilidades e vulnerabilidades humanas, de vidas, mortes, da vivência com a família, do aqui e agora, sem perder a perspectiva da esperança, do verbo esperançar, que não para diante dos desafios e vai em busca do entusiasmo para continuar esperançando.

Salve o Dia das Mulheres e todas nós!"

Mardônia Matos Pinheiro Alencar, Diretora de Escola na DRE JT e CREP do SINESP         

 

“Nós mulheres sabemos, tanto no corpo quanto na alma, que os nossos direitos socias não foram e não são dados, eles são sim, frutos de conquistas, de várias lutas, de enfrentamentos e de embates diários, expressos contra: as discriminações sofridas, os mecanismos sutis e, às vezes, nem tão sutis de tentativas de silenciamento, as violências físicas, psicológicas e verbais, entre outros.

Em especial, a comemoração de 8 de março, desde sua origem, traz uma marca, a da luta das mulheres. Em 2021 não será diferente, embora estejamos impedidas, momentaneamente, de expressar nossa força e garra, por meio de ruas lotadas com variadas formas de protestos, essa manifestação ganhará outra roupagem, trará consigo outros formatos de mobilizações e os atos que a criatividade se encarregara de apresentar. Temos muito ainda pela frente pelo que lutar.

O colapso da saúde também não veio sozinho, ele veio de braços dados com as ideias negacionistas que, por sua vez, mantém uma relação de cumplicidade com o desprezo à vida humana em prol da economia, materializado por práticas cotidianas exterminadoras que acompanhamos com tristeza e raiva.

Façamos das nossas tristezas e raivas a alavanca para a luta.”

Márcia Borceto Jelen de Castro, Supervisora Escolar na DRE BT e CREP do SINESP         

 

"Olá! Estou aqui para parabenizar todas as gestoras educacionais, que, na maioria das vezes, estão sozinhas lutando contra os mais variados atos de violência e preconceito - o pior de tudo, dentro e fora dos seus locais de trabalho.

É muito triste nós lidarmos com a insegurança e com os ataques que estamos sofrendo durante esse período de pandemia e digo mais, não é só triste, é ASSUSTADOR porque cada vez mais estamos diante de uma sociedade retrógrada e machista.

Só que nós somos fortes e competentes e sabemos a importância do papel do gestor educacional ainda mais quando esse gestor é uma MULHER. Parabéns para nós!

Flordelice Magna Ferreira, Diretora de Escola na DRE CL e Dirigente do SINESP         

 

"É desafiante, cheio de aprendizagens, com muitas pedras pelo caminho, mas também com muitas oportunidades para criarmos pontes, vínculos que nos unem PORQUE JUNTAS SOMOS MUITO MAIS FORTES!"

Erika Sayuri de Queiróz Nomura, Diretora de Escola na DRE SA  e CREP do SINESP         

 

"Nós não nascemos mulheres, nós nos tornamos mulheres e nós, educadoras, nesse período de pandemia, renascemos a cada dia, literalmente das cinzas, nos reinventando, ousando, sofrendo, chorando, batalhando... Eu sou Marcia Simões, dirigente do SINESP. Felizes dias para nós!"

Marcia Fonseca Simões, Diretora de Escola na DRE SA e Dirigente do SINESP         

 

"Sou Rosana, mulher com diversos papéis sociais, sou diretora de escola, dirigente sindical, mãe, esposa, filha, entre tantos mais. Com a pandemia, acho que esses papéis foram intensificados e, para mim, o maior desafio foi trabalhar em casa.Tive que lidar com a armadilha da disponibilidade absoluta e muitas vezes não tive a fronteira entre o horário de trabalho e o tempo para as demais tarefas.

Contudo sei que ocupo um lugar privilegiado, pois sou herança de um grupo de mulheres que aprenderam a voar, que questionaram certos tabus e valores machistas e sexistas que ainda permanecem ao nosso redor. E hoje, dia 08/03/21 apesar dos avanços, ainda há muito a ser feito. Todos os dias mulheres são mortas, discriminadas e violadas... por serem mulheres.

Precisamos somar esforços e continuar na luta. Nossa tarefa é orientar outras mulheres, estimular e ajudá-las a romper ciclos de violência. Contamos com vocês!"

Rosana Capputi Borges, Diretora de Escola na DRE JT e Dirigente do SINESP         

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