Imagem: Reprodução

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●61% dos paulistanos são contrários à privatização da Sabesp, de acordo com pesquisa da Quaest.

●Mesmo assim, o prefeito privatista Ricardo Nunes e os vereadores da base governista entregaram a água, bem essencial à vida que pertence a todos os paulistanos, para ser explorada por uma empresa particular, comprometida apenas com o lucro.

●Não se preocuparam que, com com a privatização da Sabesp, abrem mão da qualidade desse bem que vai para as torneiras de toda a cidade. 

Os partidos e vereadores apoiadores do prefeito na câmara municipal aprovaram em segunda votação o projeto de lei que dá permissão à cidade de São Paulo de assinar e manter contratos com a Sabesp em caso de privatização.

Menos de uma hora depois do fim da votação, o prefeito Ricardo Nunes sancionou o projeto em publicação extraoficial do Diário Oficial do Município.

Como ocorre em votações contra os direitos dos servidores municipais, os governistas aprovaram o PL do prefeito com ampla maioria, ignorando a vontade da população e as audiências públicas realizadas.

O projeto mostra o alinhamento do prefeito com o governador na destruição do patrimônio, das carreiras e dos serviços públicos e na imposição da ideologia neoliberal do estado mínimo.

Com o avanço dos eventos climáticos extremos, decorrentes da destruição de ecossistemas, é ainda mais necessário e estratégico o controle público de um bem essencial para a humanidade como a água.

Governistas privatistas

Para o ataque privatista do governador não desmoronar, era preciso aprovar na Câmara a adesão da capital à Sabesp privatizada, uma vez que o município é responsável por 44,5% do faturamento da companhia.

Entraram, então, em cena os métodos truculentos e antidemocráticos do prefeito e seus apoiadores. No dia 17 de abril, impuseram, com 36 votos a favor e 18 contrários da oposição, sem discussão na Câmara e na sociedade, a vontade do governador, que agrada empresários ávidos por ampliar seus lucros com o controle dos serviços públicos e estatais.

No dia 2 de maio, durante a segunda votação do projeto, os vereadores governistas ignoraram a grande mobilização de sindicatos e movimentos sociais dentro e fora da Câmara. Durante a sessão, manifestantes contrários à privatização foram retirados da galeria da Casa Legislativa Paulistana por ordem do vereador Milton Leite. Ao fim, mesmo com as falas da oposição e a mobilização da população, que é contrária à privatização segundo pesquisa da Quaest, a privatização foi aprovada por 37 votos favoráveis e 17 contrários.

Em defesa de serviços públicos e estatais de qualidade

Com base em princípios e lutas congressuais, o SINESP luta contra a privatização na Educação e demais serviços públicos e estatais e defende a valorização dos servidores, do concurso e das carreiras públicas e do direito da população a atendimento qualificado em todas as áreas.

Nesse contexto, o SINESP participou ativamente de mobilizações contra a privatização da Sabesp, atuando desde o primeiro grande ato contra privatizações do transporte e do saneamento em frente à ALESP no dia 23 de novembro de 2023.

Privatização enriquece empresário e piora os serviços públicos

O caso da Enel não deixa dúvidas. Voltada para o lucro e não para o interesse público, a empresa, depois de privatizada, pôs dinheiro no bolso dos acionistas, reduziu investimentos e funcionários e deixou grande parte dos paulistas no escuro. Com a Sabesp não será diferente.

As estatísticas de serviços privatizados mostram que as tarifas sempre aumentam. Em várias cidades do mundo elas chegaram a triplicar em pouco tempo. Em São Paulo é possível ver os absurdos cometidos pelas empresas que conquistaram a concessão dos cemitérios da capital.

A água é um bem essencial para a humanidade e precisa de muito cuidado frente à atual incidência de eventos climáticos extremos. O serviço de distribuição não é para dar lucro a empresários. Tem que ser público e ninguém pode ser dono desse bem!

►A Sabesp é lucrativa. Em 2022, registrou um lucro de 3,1 bilhões de reais, dos quais 25% foram distribuídos como dividendos aos acionistas, e o saldo foi aplicado em investimentos.

►A população é contra a privatização. Uma pesquisa da Quaest, divulgada na segunda, 15/4, mostrou que 61% dos paulistanos são contra a privatização.

►A cidade de São Paulo tem débito de R$ 3 bilhões com a Sabesp. Se aprovado o projeto, quando a prefeitura pagar essa dívida, o dinheiro vai para o bolso do dono privado e o prejuízo fica para todos nós, uma vez que a Sabesp já prestou esse serviço e não recebeu.

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