Os Gestores da RME permaneceram em trabalho presencial na pandemia. Correm todos os riscos da situação e ainda têm que enfrentar a desorganização e a incompetência da SME na gestão das demandas atribuídas às Unidades Educacionais. O resultado desse descaso é cansaço físico e mental, stress, decepção e revolta entre eles.

 

Desde o início da pandemia, a SME decide e encaminha os fluxos de trabalho sem consultar os Gestores. SINESP, representante da categoria, e demais sindicatos exigiram escuta e diálogo em inúmeras ocasiões.

Não foram atendidos e as ordens desencontradas, muitas delas irreais e absurdas, continuaram chegando por e-mail, muitas nem sequer assinadas, o que indica omissão frente à responsabilidade pela ordem dada.

Na expectativa de obter informações e responder aos anseios da comunidade, os Gestores aguardam pronunciamentos do Secretário Bruno Caetano na TV, que virou seu Diário Oficial.

A situação só fez piorar, chegando agora a um ponto inconcebível de desrespeito por parte da SME e das DREs.

Cartões nas eleições 

Às vésperas da eleição para Prefeito, as Unidades Educacionais receberam mais de duzentos mil cartões alimentação da empresa Alelo para serem distribuídos à população, grande parte dela em situação de carência alimentar há oito meses!

Denúncias dessa carência e  exigência de que os cartões fossem para todas as famílias não faltaram. O SINESP, exigiu isso logo no começo da pandemia, bem como do Conselho de Alimentação Escolar - CAE e demais entidades, sem que a SME tomasse providências cabíveis.

Sem fácil identificação, esses cartões tiveram que ser checados manualmente pelos poucos servidores que trabalham presencialmente nas Unidades, antes de serem entregues à população.

Ficam os questionamentos: os milhões de Reais pagos pelo munícipe a essa empresa não cobrem esse trabalho ou as equipes gestoras devem fazê-lo para ela? Por que a distribuição desses cartões que chegaram com atraso deve ser feira a toque de caixa na véspera do primeiro turno da eleição para Prefeito?

PTRF às pressas

E isso ocorre no momento de outras atividades urgentes.  A prestação de contas do PTRF é uma delas, que está sendo feita em prazo exíguo, desproporcional à complexidade do trabalho dos Gestores na documentação dos gastos dessa verba tão necessária.

Mais uma vez não houve escuta e consideração da SME e de nada adiantou a insistência do SINESP pela ampliação do prazo e que fosse feito aviso a rede com a devida antecedência. 

Limpeza e segurança

Mas a incompetência, a desorganização e a falta de planejamento da Secretaria Municipal de Educação não param por aí.

A proximidade das eleições é mais um motivo de apreensão para os que administram as Unidades Educacionais, pois convivem diariamente com a precariedade de recursos humanos, situação que a pandemia só agravou.

A falta de pessoal avança nas Diretorias Regionais de Educação, que não tem ofertado o devido suporte às inúmeras necessidades das Unidades Educacionais. 

Há ainda a problemática quanto à falta de equipes de limpeza nas Unidades Educacionais, bem no momento das eleições e frente à necessidade acumulada, uma vez que, com a redução das equipes, as Unidades Educacionais necessitam de uma limpeza mais detalhada, sobretudo em momento de pandemia.

Até o momento não foram encaminhadas para as Unidades Educacionais equipes em número suficiente para garantir um prédio limpo e organizado para o pleito, desrespeitando inclusive os eleitores e que esta responsabilidade não é dos gestores educacionais. 

A segurança das Unidades Educacionais e dos Servidores também tem tido sensível piora com o final de contratos de vigilância, recorrência de invasões, furtos e arrombamentos das Unidades Educacionais.

Coerência e reparação já!

A situação exige que governo municipal reveja a forma como a Educação Municipal vem sendo administrada.

Os Gestores Educacionais reconhecem e valorizam seu papel social, mas de forma alguma devem ser sacrificados em sua saúde física e mental no cumprimento do seu trabalho, na batalha diária pelo sustento pessoal e familiar.

O adoecimento laboral já é uma realidade presente na pesquisa Retrato da Rede promovida pelo SINESP junto à sua base. Só tende a se agravar se a SME, sob o comando de Bruno Caetano, e em última análise o governo municipal liderado por Bruno Covas não se responsabilizarem com métodos mais humanos de gerenciar o trabalho dos Servidores. 

O SINESP enfatiza que é contrário à volta as aulas em 2020 e que a SME precisa ser responsável pelas decisões centrais e não transferir para as equipes gestoras.

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