As escolas ainda não são ambientes seguros da Covid-19, mesmo com os protocolos apresentados pela Secretaria Municipal de Educação, alertam as famílias de alunos da Rede Municipal de São Paulo, representadas pelo Conselho de Representantes dos Conselhos de Escola (CRECE Central). Prova disso é a baixa frequência de bebês, crianças e jovens às unidades educacionais.

Em nota pública, o CRECE, órgão colegiado de caráter deliberativo, reafirma o apoio à greve dos profissionais de Educação, em favor da vida e da saúde de toda a comunidade escolar.

Para tanto, reivindica que a Prefeitura provenha:

  • Trabalho e ensino remoto emergencial até o controle da pandemia
  • Entrega imediata dos tablets com chip para acesso à internet aos alunos do ensino fundamental
  • Continuidade do subsídio de alimentação a todos os bebês, crianças, jovens e adultos matriculados e com valores reajustados
  • Permanência e aumento das equipe de limpeza nas unidades escolares
  • Vacina para todos e todas

Na nota, o órgão aponta que o mês de abril chega em sua última semana já com recorde de mortes no Brasil. São 67.723 mortes até o dia 24. Ao todo o ano de 2021 (com 113 dias) contabiliza 195.949 mortes contra 194.976 de todo o ano de 2020. 

Dessa forma, faz-se necessário unir as famílias e profissionais em educação nesta luta pelo retorno presencial seguro, quando parte significativa da população estiver imunizada, conclui a nota, ao ratificar que a greve tem cumprido um importante papel na denúncia das medidas arbitrárias dos governos municipal e estadual e tem poupado vidas, embora tenhamos ainda muitos óbitos de educadores em decorrência da covid-19. 

Marcia Fonseca Simões, dirigente do SINESP e presidente do Conselho de Alimentação Escolar (CAE), destaca que estamos em fase de alto contágio e o retorno às aulas neste momento é descabido até porque desconsidera as diferenças que a Rede Municipal de Ensino de São Paulo tem. "A maioria das unidades escolares não tem estrutura física para cumprir os protocolos sanitários, uma vez que os prédios são muito antigos e têm muitas irregularidades", aponta.

Flordelice Magna Ferreira, dirigente do SINESP, assinala que "essa greve é diferente porque é um movimento de luta pela vida de uma população carente de tudo: alimentação, moradia, saúde, de recursos financeiros e de principalmente de respeito". Flordelice ressalta que as escolas estão sendo utilizadas para atender demandas sociais que são de responsabilidade de outros setores ou secretarias que ao contrário do que dizem não se importam com a segurança e com a necessidade de um melhor suporte pedagógico.

Alunos e trabalhadores da Educação estão cada vez mais expostos com o uso do espaço escolar para atender demandas socais e muito necessárias mas que deveriam ser de responsabilidade de outros equipamentos públicos. "É impossível pensar em ganhos pedagógicos em um ambiente que se tornou tudo, menos um espaço de acolhimento seguro e aprendizado", lamenta Flordelice.

Para resolver essa questão, Marcia defende que a Prefeitura refaça as parcerias com os centros de assistência social para atendimento às famílias vulneráveis na distribuição de cestas e cartões de alimentação. "Nos Centros de Assistência Social há estrutura e servidores capacitados para apoio às famílias que necessitam, como psicólogos e assistentes sociais", sublinha.

>>> Leia na íntegra a Nota Pública do CRECE de 26 de ABRIL de 2021

>>> Confira o texto completo abaixo:

CRECE CENTRAL

Conselho de Representantes dos Conselhos de Escola

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NOTA PÚBLICA – abril/ 2021

TODO APOIO À GREVE PELA VIDA!

O CRECE - Conselho de Representantes dos Conselhos de Escola –, como órgão colegiado, de caráter deliberativo, que tem por finalidade o fortalecimento dos Conselhos de Escola e a ampliação do processo democrático nas unidades educacionais e nas diferentes instâncias decisórias, representante das famílias dos bebês, crianças e dos estudantes da rede municipal de educação, vem a público MANIFESTAR APOIO aos profissionais em educação que realizam a maior greve da categoria.

Desde o dia 10 de fevereiro, os profissionais em educação aderiram à GREVE PELA VIDA, convocada pelo Fórum da Entidades Sindicais, formado pelos sindicatos: APROFEM, SEDIN, SINDSEP, SINESP e SINPEEM. A greve, que já perdura por 76 dias, é a mais longa da história da rede municipal e tem sido uma importante aliada contra a disseminação do novo coronavírus, uma vez que desde o seu início possibilitou o esvaziamento das unidades educacionais, evitando assim aglomerações em espaços físicos inadequados, como são muitas das salas de aula e outros espaços coletivos das nossas escolas municipais.

O segmento da comunidade (famílias) do CRECE Central, que desde o ano de 2020 tem se manifestado contra o retorno presencial, acredita que as escolas ainda não são ambientes seguros, mesmo com os protocolos apresentados pela Secretaria Municipal de Educação, prova disso é a baixa frequência de bebês, crianças e jovens às unidades educacionais. Dessa forma, faz-se necessário unir as famílias e profissionais em educação nesta luta pelo retorno presencial seguro, o qual entendemos ser apenas quando houver parte significativa da população vacinada e imunizada.

O mês de abril chega em sua última semana já com recorde de mortes no Brasil. São 67.723 mortes até o dia 24/04. Ao todo o ano de 2021 (com 113 dias) contabiliza 195.949 mortes contra 194.976 de todo o ano de 2020. É um verdadeiro genocídio. Não tem como concordar com medidas que facilitam a disseminação do vírus e, consequentemente, com a transmissão da Covid-19, como é o caso da manutenção das atividades presenciais nas unidades educacionais. A greve pela vida tem cumprido um importante papel na denúncia dessa medida insana adotada pelos governos Covas e Dória e tem poupado vidas, embora tenhamos ainda muitos óbitos de educadores em decorrência desse vírus.

O CRECE Central reafirma o posicionamento em defesa da vida insistindo no trabalho e ensino remoto emergencial até o controle da pandemia; na entrega imediata dos tablets com chip para acesso à internet a todos os alunos do ensino fundamental; na continuidade do subsídio de alimentação a todos os bebês, crianças, jovens e adultos matriculados e com valores reajustados; na permanência e aumento da equipe de limpeza em quantidade de trabalhadores/as igual ou maior que do contrato anterior, uma vez que não se é possível cumprir protocolos sanitários sem funcionários de limpeza e, por fim, o CRECE reclama por vacina para todos e todas.

Todo apoio aos trabalhadores da educação da rede municipal de São Paulo em greve!

Comissão Executiva CRECE Central, 26 de abril de 2021.

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