Realizada pela Comissão de Educação, Cultura e Esportes da Câmara Municipal de São Paulo na sexta, 28 de abril, Dia da Educação, a audiência contou com a participação de vários segmentos sociais num debate essencial para a Educação e toda a comunidade escolar.

Junto com o SINESP, estiveram representantes dos poderes Executivo, Legislativo, Judiciário, de outras entidades sindicais, dos estudantes e de outros setores da sociedade civil. Entre os representantes da PMSP, havia uma interlocutora da SME. Representando os Gestores Educacionais estavam os Dirigentes Sindicais Rosana Capputi Borges, Rui Ferreira Jr. e Douglas Eduardo Rosa.

AudienciaPub 28 4 23 Site4

Solidariedade e união de todos

No púlpito, os Dirigentes do SINESP falaram sobre o momento preocupante vivido pela RME, explicitaram algumas situações problemáticas e apontaram caminhos para um debate amplo visando ao enfrentamento da violência contra as Unidades Educacionais do país.

Douglas Eduardo frisou a importância da Audiencia pública sobre o tema que mais aflige a comunidade educacional no momento, e a necessidade de pensar, refletir e discutir.

AudienciaPub 28 4 23 Site2

E questionou: cadê o trabalho coletivo, a cultura de paz e não violência? Para ele, não faz sentido medidas como treinamento contra terrorismo, polícia e segurança privada armadas dentro da escola, porque isso só vai incentivar o cada um por si e, como mostra a experiência da América do Norte, não surte efeito inibidor aos ataques.

Medidas e protocolos emergenciais deveriam ser rotinas, não só agora. Mas a escola precisa ir além e garantir seu papel de promotora da cultura de paz e da não violência, de ações pedagógicas que levem os jovens a encontrarem no ambiente escolar o espaço que precisam para se expressarem.

É preciso lembrar também, disse Douglas, que a escola está no meio desta sociedade e recebe todos seus problemas entre seus muros. Se fora tem individualismo, meritocracia, desigualdade, falta de oportunidades, incentivo à canalização das frustrações à violência, é óbvio que isso vai refletir intramuros.

Por isso não adianta falar “aconteceu uma tragédia e o que a escola fez?” É preciso investigar, por exemplo, as bases anteriores ao ataque, a vida escolar do jovem, sua convivência e redes sociais, suas relações familiares e afetivas, para então tentar entender as motivações para a ação extrema contra seus iguais no ambiente em que ele deveria se sentir acolhido e integrado, e não excluído ao ponto de atacar e matar.

Combate exige a participação dos setores sociais

A dirigente do SINESP Rosana Capputi destacou que a literatura e as experiências positivas de políticas públicas, pedagógicas e jurídicas podem colaborar com a compreensão e o combate a esse fenômeno gravíssimo, que são os ataques de violência extrema em escolas.

AudienciaPub 28 4 23 Site3

Essas experiências podem e devem inspirar propostas para ações governamentais em várias áreas, da segurança à pedagógica. Mas ressaltou que as ações, para serem efetivas, precisam do empenho dos vários atores sociais envolvidos, como a comunidade escolar.

Para Rosana, a atual situação com ataques e mortes é complexa. Está relacionada a um cenário que produz e reproduz violências, à escalada da extrema direita que atua para cooptar adolescentes e jovens com discurso de ódio, racismo e misoginia, às desigualdades sociais e econômicas que avançam, à facilidade para adquirir armas, ao problema dos grupos de ódio nas redes sociais, às redes protetivas ineficazes pela redução de investimentos públicos, entre outros fatores.

Ao reafirmar a importância desse debate ser realizado na Câmara Municipal, a dirigente do SINESP lembrou a ação deletéria de alguns parlamentares que promovem e pioram a situação ao proporem projetos para, por exemplo, não tratar da diversidade nas escolas, ou para implantar a educação domiciliar sem considerar que muitas crianças ficam sujeitas a adultos com discurso de ódio em suas casas. Além daqueles vereadores que atacam instituições, serviços e servidores públicos e os educadores no ímpeto de enfraquecer as escolas e seus profissionais. 

Confira, no vídeo a seguir, as falas dos Dirigentes do SINESP:

0
0
0
s2sdefault