E vai ser mais do que necessário, pois o governo e os parlamentares que o apoiam estão encaminhando os projetos na maior cara de pau, atropelando a população, ignorando os protestos e a revolta geral.
Veja o comunicado conjunto das Centrais e se prepare para a luta. O SINESP vai debater e definir formas de participação e divulgar e convocar a categoria. Aguarde.
Veja também a tramitação da reforma da Previdência, cujo texto base foi aprovado em comissão na Câmara dos Deputados.
São Paulo, 04 de maio de 2017
NOTA DAS CENTRAIS SINDICAIS - CONTINUAR E AMPLIAR A MOBILIZAÇÃO CONTRA A RETIRADA DE DIREITOS!
As Centrais Sindicais, reunidas na tarde desta quinta feira, avaliaram a Greve Geral do dia 28 de abril como a maior mobilização da classe trabalhadora brasileira. Os trabalhadores demonstraram sua disposição em combater o desmonte da Previdência social, dos Direitos trabalhistas e das Organizações sindicais de trabalhadores.
A forte paralisação teve adesão nas fábricas, escolas, órgãos públicos, bancos, transportes urbanos, portos e outros setores da economia e teve o apoio de entidades da sociedade civil como a CNBB, a OAB, o Ministério Público do Trabalho, associações de magistrados e advogados trabalhistas, além do enorme apoio e simpatia da população, desde as grandes capitais até pequenas cidades do interior.
As Centrais Sindicais também reafirmaram sua disposição de luta em defesa dos direitos e definiram um calendário para continuidade e ampliação das mobilizações.
CALENDÁRIO DE LUTA
08 a 12 de maio de 2017
▪ Comitiva permanente de dirigentes sindicais no Congresso Nacional para pressionar os deputados e senadores e também atividades em suas bases eleitorais para que votem contra a retirada de direitos;
▪ Atividades na base sindicais e nas ruas para continuar e aprofundar o debate com os trabalhadores e a população, sobre os efeitos negativos para a toda sociedade e para o desenvolvimento econômico e social brasileiro.
Do dia 15 ao dia 19 de maio:
▪ Ocupa Brasília: conclamamos toda a sociedade brasileira, as diversas categorias de trabalhadores do campo e da cidade, os movimentos sociais e de cultura, a ocuparem Brasília para reiterar que a população brasileira é frontalmente contra a aprovação da Reforma da previdência, da Reforma Trabalhista e de toda e qualquer retirada de direitos;
▪ Marcha para Brasília: em conjunto com as organizações sindicais e sociais de todo o país, realizar uma grande manifestação em Brasília contra a retirada de direitos.
Se isso ainda não bastar, as Centrais Sindicais assumem o compromisso de organizar um movimento ainda mais forte do que foi o 28 de abril.
Por fim, as Centrais Sindicais aqui reunidas convocam todos os Sindicatos de trabalhadores do Brasil para mobilizarem suas categorias para esse calendário de lutas.
CGTB – Central Geral dos Trabalhadores do Brasil
CSB – Central dos Sindicatos Brasileiros
CSP Conlutas – Central Sindical e Popular
CTB – Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil
CUT – Central Única dos Trabalhares
Força Sindical
Intersindical – Central da Classe Trabalhadora
NCST – Nova Central Sindical de Trabalhadores
UGT – União Geral dos Trabalhadores
Entenda o texto-base da reforma da Previdência, aprovado na comissão
Fonte: Folha de São Paulo
A reforma da Previdência, uma das bandeiras do governo Temer em 2017, foi aprovada na comissão da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (3).
É a primeira etapa para que ela passe pelo plenário da Câmara, pelo Senado e, depois, possa ser sancionada, como planeja o presidente da República.
As barganhas entre parlamentares e governo levaram a idas e vindas até o fim de abril, quando Arthur Maia (PPSBA) apresentou o relatório da reforma, com modificações em relação à proposta original do governo, e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que as mudanças estavam no "limite".
Alguns grupos, porém, continuam pressionando a comissão para incluir exceções, como os agentes penitenciários, que invadiram a votação na quarta-feira.
Confira abaixo os principais pontos da reforma.
REGRA GERAL
Hoje, há duas modalidades de aposentadoria: por tempo de contribuição (35 anos para homens e 30 para mulheres) e por idade (65 para homens, 60 para mulheres, com mínimo de 15 anos de contribuição).
A reforma pretende acabar com a aposentadoria por tempo de contribuição. Todos deverão trabalhar no mínimo 25 anos, e a idade mínima será de 65 anos para homens e 62 para mulheres.
A regra vale para trabalhadores urbanos vinculados ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e para os servidores públicos.
Antes, a proposta do governo era igualar a idade mínima de mulheres e homens aos 65 anos. A decisão de recuar na idade da mulher, e não no tempo de contribuição, conforme mostrou a Folha, privilegia as mais ricas.
A modalidade de aposentadoria por tempo de contribuição é mais acessada pelos trabalhadores de maior renda, que conseguem se manter mais tempo em empregos formais. Os trabalhadores que recebem menores valores de aposentadoria costumam se aposentar por idade.
REGRA DE CÁLCULO
O cálculo do benefício, atualmente, é de 70% da média dos maiores salários, mais 1% para cada ano de trabalho. Contribuindo 15 anos, a pessoa tem direito a se aposentar recebendo 85% do salário. Com 30, o valor chega em 100%.
Com a reforma, a regra será de 70% da média salarial (e não dos maiores salários), mais uma porcentagem que aumenta progressivamente (primeiro 1,5%, depois 2% e 2,5%). O resultado está na tabela abaixo.
Portanto, são necessários 40 anos de contribuição ao INSS para se aposentar ganhando o total da média salarial. Essa média é potencialmente menor do que a que é recebida hoje, já que é feita com base em todos os salários, e não apenas os maiores.
TRABALHADORES RURAIS
Hoje, o trabalhador rural pode se aposentar comprovando que exerceu a atividade rural por 180 meses (15 anos), com idade mínima cinco anos menor que a dos demais contribuintes (aos 55 e 60 anos).
O projeto prevê que os camponeses se aposentem aos 60 e 57 anos (homens e mulheres), com um mínimo de 15 anos de contribuição para o INSS.
Em 2016, aposentadorias e pensões de trabalhadores rurais corresponderam a 1,4% dos benefícios pagos pelo INSS.
PENSÃO POR MORTE
A pensão por morte, que equivale a 24,4% dos benefícios pagos pelo INSS, é recebida pelos dependentes e calculada com base no valor da aposentadoria que o falecido recebia ou a que teria direito se fosse aposentado por invalidez.
A proposta do governo era estipular um teto de um salário mínimo para a pensão por morte, mas o relatório de Arthur Maia excluiu essa previsão.
Para quem tiver direito a um valor superior ao mínimo, fica mantida a regra de uma cota de 50% do direito do falecido, acrescido de 10% por dependente. O acúmulo de pensão com aposentadoria poderá ocorrer até o limite de dois salários mínimos. Para quem ultrapassar esse valor, será possível optar pelo benefício de maior valor. As pessoas que hoje já acumulam esses benefícios não serão afetadas.
SERVIDORES PÚBLICOS
Hoje, servidores têm direito a integralidade e paridade, ou seja, podem se aposentar com o salário da ativa e ter o mesmo reajuste dos funcionários públicos em exercício.
A reforma estipula que os servidores que ingressaram no serviço até 2003 terão que esperar até 62 e 65 anos (mulheres e homens) para ter integralidade e paridade. Caso contrário, terão direito a 100% da média de contribuição.
Já quem entrou após 2003 perde o direito a integralidade e paridade, e se aposenta conforme a regra geral exposta acima.
BENEFÍCIO ASSISTENCIAL O BPC
(Benefício de Prestação Continuada), pago a idosos e pessoas com deficiência que têm renda familiar per capita de até 25% do salário mínimo, não será desvinculado do salário mínimo, como pretendia o governo. O texto prevê que a idade mínima, no caso dos idosos, subirá dos atuais 65 anos para 68. A proposta do governo era de 70 anos. Para as pessoas com deficiência, não há um limite de idade.
PROFESSORES
Os professores poderão se aposentar aos 60 anos de idade, idade menor que a dos demais contribuintes, mas terão que cumprir 25 anos de contribuição. Atualmente, há regras diferenciadas para professores da rede federal, estadual e municipal, que mudam se o funcionário ingressou no serviço público depois de 2003. Em nenhuma modalidade há uma idade mínima maior que 60 anos para homens ou 55 anos para mulheres.
REGRA DE TRANSIÇÃO
A regra de transição está prevista para não prejudicar quem já cumpriu a maior parte dos anos de contribuição e espera se aposentar em breve.
Para quem planejava se aposentar por tempo de contribuição, é necessário fazer o seguinte cálculo. Pegue o tempo restante para os atuais 30 e 35 anos de contribuição (exemplo: faltam 10 anos), e aumente em 30% (10 + 3 = 13). Some esse tempo de trabalho ao ano de 2017 (2030) e confira, abaixo, qual será a idade mínima para se aposentar nesse ano (59 anos para mulheres e 61 para homens).
Se, no ano em que completar o pedágio (2030), a pessoa não tiver a idade mínima (59 ou 61 anos), ela terá que esperar até atingir essa idade para se aposentar.
Já para quem pretendia se aposentar por idade, há outra modalidade de transição, que é um aumento gradual do tempo de contribuição (hoje 15 anos) até a nova regra (25 anos). Esse tempo mínimo vai subir seis meses a cada ano, a partir de 2020. Nesse caso, a idade mínima das mulheres também vai subir, de 60 para 62 anos, a partir de 2020 (61 em 2020, 62 em 2022).
TRÂMITE A PARTIR DE AGORA
Para ser aprovada, uma PEC precisa de ao menos 308 votos dos 513 deputados. A expectativa do Palácio do Planalto, que trabalha com corte de indicações e oferta de cargos, é chegar a 320 votos.
O governo acredita ser possível conseguir o total até a última semana de maio, possibilitando a votação em plenário na primeira semana de junho. O Palácio do Planalto avalia que, com um texto final definido, fica mais fácil conseguir votos adicionais para a proposta, já que há parlamentares governistas que ainda receavam a possibilidade de recuos nas flexibilizações realizadas.
No plenário da Câmara, quando pautado, o texto tem que ser votado em dois turnos. Se aprovado, tem que passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado antes de ir para o plenário.
A votação também ocorre em dois turnos e o governo precisa de apoio de 49 dos 81 senadores. Se não houver alterações, o texto é promulgado pelo Congresso. Caso contrário, volta para a Câmara.