Nos princípios do SINESP, as questões ambientais sempre estiveram presentes. Por isso o repúdio à forma como o Governo Federal vem tratando essas questões e as queimadas na Amazônia e no Cerrado é uma consequência necessária e lógica.
O governo Federal tem feito muito mais que desacreditar os relatórios do INPE, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Tem tomado medidas nefastas ao meio ambiente, como a retirada do serviço florestal do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, IBAMA, e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, passando-o para o Ministério da Agricultura (artigo 22, VI da Medida Provisória 870/2019), pasta dirigida pela líder da bancada ruralista na Câmara, Tereza Cristina (DEM-MS), também conhecida como “musa do veneno”.
Além disso, emite declarações que desautorizam o trabalho de Servidores encarregados da fiscalização e aplicação de penalidades administrativas ambientais, ou compensatórias, aos responsáveis pelo não cumprimento de medidas de preservação ou correção da degradação ambiental.
Com atitudes desse nível, sem compromisso nenhum com a preservação do meio ambiente, o presidente da República emite sinais favoráveis aos setores interessados em tirar proveito da destruição de biomas como a Amazônia e o Cerrado, para abrir espaço ao agronegócio.
O aumento exponencial das queimadas é parte desse contexto
Segundo dados do INPE, do início de janeiro até o dia 8 de setembro de 2019, o bioma Amazônia acumulou 53.025 focos de queimadas. No mesmo período do ano anterior, foram 36.509 focos. O aumento é de 45%.
No bioma Cerrado (Mato Grosso, Mato grosso do Sul e Tocantins), que inclui o Pantanal, a situação foi ainda pior. No mês de setembro foram registrados 7.300 focos pelo INPE, contra 6.200 no mesmo mês do ano anterior, um aumento de 44%. O aumento das queimadas no ano, até 31 de gosto, foi de 83% na região, com o número mais alto desde 2013, quando os registros começaram.
Pelo fim das queimadas
Esse aumento exponencial das queimadas nos últimos meses vai contra a preservação e recuperação do meio ambiente, necessário e com o objetivo de garantir a vida, a defesa das Áreas de Proteção Ambiental, áreas de mananciais, a proteção aos animais e a biodiversidade.
Fere também acordos internacionais em favor do meio ambiente, dos quais o Brasil é signatário, além de conferir imagem negativa ao país, com prejuízos às relações com parceiros comerciais e diplomáticos.
O SINESP, fiel aos seus princípios construídos e validados pelos Gestores Educacionais ao longo de vinte e dois Congressos da Categoria, denuncia e se coloca contrário à forma como o Governo Federal vem tratando as questões ambientais e as queimadas na Amazônia, a suas declarações e ações que reforçam a destruição ambiental no país.