●O SINESP acompanha próxima e solidariamente a difícil situação dos Gestores Educacionais que estão obrigados pela SME a manter plantões desnecessários nas escolas!

●Denúncias apontam desordem e falta de orientações da Secretaria, que somam ao atropelo nas decisões, falta de negociações, imposição de medidas arbitrárias e oportunismo político!

●Sindicato novamente recorre ao MP e oficializa SME contra arbitrariedade dos plantões nas escolas que expõem ao contágio, adoecimento e morte e exige: tirem todos das escolas!

 

A Secretaria Municipal de Educação vai em sentido inverso ao da quarentena decretada pela Prefeitura de São Paulo. Seus encaminhamentos e atitudes não mostram preocupação e respeito para com a vida. A sensação relatada pela maioria dos Gestores que estão em atividade compulsória nas Unidades Escolares é de abandono.

Faltam da Secretaria clareza, orientações e respostas a questionamentos, enquanto nas escolas sobram tarefas e cobranças!

As informações chegam pela imprensa, em lances midiáticos e eleitoreiros que configuram desvalorização e despreocupação com as pessoas que estão nos plantões presenciais. As unidades esperam, mas não são devidamente esclarecidas e orientadas.

Expostas ao risco de contaminação e à desinformação, as equipes Gestoras concentram o suporte. E delas é cobrado competência total. Têm de cumprir com todas as demandas do dia a dia, que o Retrato da Rede mostra há anos que são excessivas, desgastantes e mal orientadas pela Secretaria e pelas DREs.

E precisam ir além, pois novas atividades se impuseram e são cobradas de imediato e no curto prazo.

Manejar site, criar tutoriais, postar conteúdos, criar grupos, reuniões virtuais e grupo de e-mails corporativos, monitorar o acesso e o trabalho do pessoal, responder demandas, atualizar cadastros, lidar com a distribuição dos cartões alimentação são algumas das tarefas.

E muitas Unidades não têm sequer sinal decente de internet nem equipamentos adequados para o trabalho.

Depois das horas de plantão nas UEs, o teletrabalho se impõe, pois é preciso lidar com as angústias, tensões e questões dos profissionais que se encontram em atividade remota e ficam expostos a informações desencontradas e excessivas nas redes sociais. Sem contar que muitos têm dificuldade em lidar com tecnologia, e o treinamento sobra para os Gestores.

 

Abandono, preocupação e medo

Os Gestores Educacionais que estão trabalhando por imposição e arbitrariedade do governo, sem acolhimento nenhum, estão abalados emocionalmente e sobrecarregados com o abalo dos demais profissionais, que neles buscam respostas e conforto.

Muitos têm de atender as famílias para resolver questões do cartão e outras. E se deslocar em transporte individual ou público, com todos os riscos inerentes a isso. Parte deles coabita com parentes do grupo de risco e filhos pequenos, e morre de medo de adoecer e contagiá-los.

 

É impossível não se sentir sobrecarregado, angustiado, ansioso e com medo

A luta pela vida deve ser a prioridade nesse momento. Por isso a prefeitura deveria ter retirado todos das escolas assim que a quarentena foi decretada.

É legítimo que muitos colegas se sintam orgulhosos do trabalho realizado, de fazer parte do combate. Abrir as portas da escola e colaborar na campanha da vacinação pode ter trazido o sentimento de exercício de cidadania à equipe.

Mas isso não anula a certeza de que foi equivocado e desnecessário manter o pessoal em plantão em locais que o Retrato da Rede qualifica como inadequados por várias razões (veja AQUI a pesquisa de 2019), jogado o pessoal à própria sorte, correndo risco de adoecer a si a aos seus familiares, como afirma o sociólogo Ruda Ricci em entrevista ao Portal do SINESP.

 

O SINESP, como entidade de classe representante dos Gestores Educacionais da RME, reafirma as exigências de que:

●A prefeitura escute a Rede, receba os Sindicatos e negocie as ações, decisões e saídas para a atual situação;

●Responda aos ofícios do SINESP e dos demais Sindicatos da Educação solicitando discussão e negociação;

●Feche as escolas e coloque todos em teletrabalho enquanto as autoridades de saúde nacionais e internacionais afirmarem a necessidade, criando todas as condições técnicas para esse trabalho;

●E que, assim, respeite a segurança, a saúde e a vida dos profissionais de educação, de seus familiares e de toda a comunidade escolar!

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