A notícia de que as escolas municipais de São Paulo distribuirão cesta básica já correu pelas comunidades e com ela aumentando o risco de aglomerações para o recebimento do benefício. Reportagem de Matheus Meirelles para o Jornal da CBN, veiculada na manhã desta quarta-feira, dia 3 de junho, destaca a insegurança provocada pela distribuição de cestas básicas nas escolas, uma preocupação para o SINESP, gestores escolares e famílias de alunos.

Na matéria, destaque para a posição do SINESP, de que a distribuição é inconveniente por várias razões, como exposição à contaminação, sobrecarga de trabalho e problema óbvio de segurança, principalmente porque a cesta será limitada. A reportagem frisa a ação do SINESP em cobrar de SME explicações quanto a falta de equipamentos de proteção aos profissionais responsáveis pela entrega das cestas, entre outros pontos sensíveis.

Christian Silva Martins De Mello Sznick, diretor de Imprensa do SINESP, assinala para a reportagem da CBN os principais pontos críticos: “A questão da falta da segurança nas unidades educacionais para a guarda destas cestas, a falta de equipamentos de segurança como luvas, mascaras e outros EPIs necessários. Existe muitas vezes uma grande dificuldade de contatar essas famílias, haja visto quando os cartões alimentação voltaram para a escola. Não se conseguiu o contato porque os telefones que se tinha não atendem. Muitas vezes o endereço da família também já é outro devido à sua questão de fragilidade social".

 Clique aqui e confira o áudio da Reportagem da CBN

Leia abaixo a transcrição da reportagem na íntegra.

Diretores de Escolas Municipais de São Paulo temem a formação de filas e o contágio pelo coronavírus durante a distribuição de 440 mil cestas básicas que foram doadas pelo governo do Estado. O benefício é destinado a famílias de alunos em extrema pobreza, de acordo com o CadUnico, e deve ser distribuído até sexta-feira.

As escolas são responsáveis pelo armazenamento e distribuição das cestas básicas durante a pandemia de coronavirus. Uma portaria da Secretaria Municipal da Educação, publicada no início do estado de emergência na capital paulista, em março, prevê que gestores e auxiliares se revezem em plantões nas unidades educacionais. Em média, três pessoas têm trabalhado em cada turno para fazer a entrega.

Um diretor de uma escola de São Paulo  que não quis se identificar, disse que a situação gera insegurança às unidades educacionais. “No momento que nós estamos passando, é positiva a entrega das cestas básicas e todos nós somos pela entrega. Mas nós somos pelo Merenda Para Todos. Vai gerar problemas de segurança para as esolas. A gente precisa lembrar que a maioria delas está sem segurança seja através do servidor público seja através de contratos terceirizados. É justo que as famílias que não receberam as cestas reclamem o mesmo direito. O serviço publico não pode escolher entre este e aquele."

O coordenador de uma escola municipal na região da Brasilândia, Fabio Tamizari, alerta para o risco de aglomerações nas escolas: "Entao colocou os funcionários da escola em risco e colocou essas famílias em risco, que devem se deslocar pela cidade e ter contato com os funcionários da escola. A notícia de que a escola distribuirá cesta básica já correu pelas comunidades. Essa falta de informação de quem recebe cesta básica e de quem não recebe cesta básica pode gerar aglomeração nas escolas. A gente tem o risco das famílias irem até as escolas perguntarem se vão receber ou não cesta básica."

O SINESP, Sindicato dos Especialistas de Educação do Ensino Público Municipal de São Paulo enviou ofício à Secretaria Municipal de Educação questionando a distribuição nas unidades educacionais. O diretor do SINESPChristian Silva Martins De Mello Sznick, afirmou que faltam equipamentos de proteção aos profissionais responsáveis pela entrega das cestas.“A questão da falta da segurança nas unidades educacionais para a guarda destas cestas, a falta de equipamentos de segurança como luvas, mascaras e outros EPIs necessários. “A questão da falta da segurança nas unidades educacionais para a guarda destas cestas, a falta de equipamentos de segurança como luvas, mascaras e outros EPIs necessários. Existe muitas vezes uma grande dificuldade de contatar essas famílias, haja visto quando os cartões alimentação voltaram para a escola. Não se conseguiu o contato porque os telefones que se tinha não atendem. Muitas vezes o endereço da família também já é outro devido à sua questão de fragilidade social".

Michelle da Silva tem flhos que estudam na rede municipal de ensino mas só recebeu cestas básicas de associações de Heliópolis, onde mora. Ela acredita que muitas famílias que não se enquadram no critério da Prefeitura estão precisando do auxliio. “Eu acho superinjusto porque tem família que precisa e não tem. Se não fossem as associações dentro da comunidade para ajudar essas famílias eu não sei o que seria. Eu acho que estaria todo mundo passando fome. Porque essa divisão do governo, dos políticos, foi muito injusta, muito injusta".

Segundo a Secretaria Municipal de Educação, as entregas ocorrerão durante esta semana. A pasta também informou que os diretores receberam protocolos para evitar aglomerações. 

O SINESP cobra que SME retome diálogo com a Rede Municipal de Educação. 

O SINESP enfatiza que todas as ações efetuadas pela Secretaria Municipal de Educação desde março tem sido pautadas pela falta de escuta, informações imprecisas e insuficientes. 

É necessária a construção coletiva com os profissionais de educação da rede e os Sindicatos, que poderiam trabalhar juntos para a atuação mais efetiva neste período tão difícil.    

>>> Leia mais: SINESP questiona SME quanto à distribuição de cestas básicas e reafirma fim dos plantões

 

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