Em coletiva de imprensa no dia 19 de novembro, prefeito e secretários anunciaram a manutenção da reabertura das Unidades Escolares no estágio atual, com base em dados do censo sorológico.

Mas negaram o aumento no contágio e o Secretário de Educação insistiu mais uma vez em dizer que as escolas estão prontas para o retorno, pois tudo está equacionado, o que não é verdade!

Insegurança, prazos reduzidos, falta de uniformidade no envio de informações, contratos de limpeza que não contemplam a realidade das Unidades Educacionais são parte do cenário da RME causado pela SME e constituem impeditivo extra para a retomada das atividades presenciais!

 

Saúde não recomenda o retorno

O Secretário Municipal de Saúde Edson Aparecido apresentou dados preocupantes na coletiva de imprensa, baseados no censo sorológico realizado na Rede Municipal de Educação:

●alta suscetibilidade dos profissionais de educação em serem contaminados pela covid-19, tendo já um saldo de 20% apresentado positividade;

●os alunos testados já apresentam 22,7% de positividade ao covid-19.

A partir desses dados e considerando o cenário epidemiológico, adesão à testagem e suscetibilidade dos professores, ele afirmou que sua pasta não recomenda a reabertura das Escolas.

No entanto, o Secretário Municipal de Educação Bruno Caetano afirmou, na mesma ocasião, que não serão abertas novas atividades, mas que ficam mantidas as atualmente existentes como as atividades complementares das Unidades Educacionais e dos Centros Educacionais Unificados e as aulas do Ensino Médio. 

Veja: Retorno do Ensino Médio contraria recomendação do Conselho Municipal de Saúde

Delírios da SME

Mais uma vez o Secretário Municipal de Educação declara em uma coletiva que a Rede Municipal de Educação está preparada para uma volta presencial, se a Saúde determinar.

Ele desconsidera a situação real da rede e vende ilusões.

SINESP,  representante dos Gestores Educacionais, apontou em diversas ocasiões para a Secretaria Municipal de Educação a necessidade de revisão de procedimentos que têm impactado negativamente o trabalho nas Unidades Educacionais.

Em todas as reuniões setoriais, inúmeros problemas foram levados à mesa com a exigência de que a SME apresente soluções e sobretudo encaminhe informações com tempo suficiente para organizar a execução e com precisão nos dados. Sem isso o apoio às Unidades Educacionais pela Secretaria e pelas DREs fica comprometido e o resultado é uma situação de desorganização, caótica, estressante e adoecedora.

Alguns dos problemas existentes atualmente são:

Avaliação Diagnóstica

Na coletiva foi apontado que os alunos do ensino fundamental terão uma avaliação diagnóstica para possibilitar o planejamento da recuperação das aprendizagens em 2021.

A falta de uniformidade dentro da SME e das Diretorias Regionais de Educação quanto às datas e período das avaliações mostram desrespeito com as Equipes Gestoras, demais profissionais de educação e Comunidade Escolar.

Em algumas DREs, e-mail enviado para as Unidades Educacionais em uma véspera de ponto facultativo enfatiza que segunda-feira já deveria ser realizada a avaliação, enquanto no SERAP (sistema onde estão registrados os dados das avaliações) está apontado que as avaliações terão um período de 30 dias para serem realizadas. Nem com a coerência se preocupam mais.

Sem vigilância, com insegurança

A ampliação da insegurança no dia a dia das Unidades de trabalho tem passado de uma sensação para algo real e constante.

Diversas Unidades Educacionais têm sido alvo de invasões, com roubos de fiação, arrombamento entre outros itens.

Recentemente, os Gestores Educacionais de algumas unidades tiveram troca de empresa de vigilância, com diminuição de serviços, e de forma repentina, gerando ampliação da jornada de trabalho no dia à espera de um novo vigilante que chegaria, muitas vezes sem a correta informação, algo essencial para um tema de extrema importância.

Muitas outras Unidades Educacionais continuam sem nenhuma vigilância. 

Não é um problema novo, inclusive é apontado no Retrato da Rede todos os anos. Mas no início do ano o Secretário Bruno Caetano afirmou que haveria um novo contrato para comtemplar todas as Unidades Educacionais, fato que foi apontado em live com a Rede e com outras Reuniões junto das Entidades Sindicais.

Mas o que se tem é um ano inteiro em que este tema não teve a devida atenção por parte da SME.

Em paralelo, causa estranheza o recente convênio da Prefeitura Municipal de São Paulo com a Polícia Militar do Estado de São Paulo para coibir moradores em situação de rua no centro da cidade de São Paulo, em vez do reforço da segurança dos equipamentos escolares municipais. 

Contratos de limpeza

Em diversas reuniões setoriais, o SINESP apontou a necessidade de revisar os contratos de limpeza com urgência.

A redução dos postos de serviço durante a pandemia tem levado as Unidades Educacionais a sofrer prejuízo na manutenção da limpeza dos espaços, desconsiderando fluxos dos Gestores Educacionais e demais servidores que estão desde março em plantão presencial, munícipes e comunidade escolar que adentram para retirada de cestas básicas, cartões, livros e atendimentos diversos.

SINESP cobrou que, em especial neste ano de pandemia, estivesse coberto o domingo das Unidades Educacionais destacadas como postos eleitorais, através do Decreto 59.770/2020, de forma a garantir que todas as dependências estivessem limpas e higienizadas durante todo o processo eleitoral, de forma a mitigar os riscos de contaminação.

A SME garantiu que estava sendo feito aditamento para isso, o que não se confirmou na maioria das Diretorias Regionais de Educação, gerando desencontro de informações às vésperas do momento do preparo dos edifícios escolares para as eleições e prejudicou a qualidade dos trabalhos prestados pelas Equipes Gestoras e trabalhadores da Justiça Eleitoral.

Colocou, ainda, a população votante, os gestores educacionais e demais servidores em situação de risco de infecção. Tal fato foi comunicado pelo SINESP à SME, Casa Civil e Tribunal Regional Eleitoral.  

Cronograma de final de ano 

Esta semana, o SINESP enviou ofício SME solicitando que ela  informe a toda a rede o cronograma dos resultados da remoção, período para indicação da fixação de vagas dos profissionais de educação em vaga precária e as datas da atribuição.

Esta organização é necessária e se faz ainda mais premente em um ano com grande falta de informações, imprecisão e prazos exíguos que vêm sendo cotidianamente apresentados à Rede Municipal de Educação. 

Este desencontro de informações tem dificultado a atividade cotidiana dos Gestores Educacionais na organização e planejamento de suas Unidades de Trabalho, gerando insegurança e levando ao esgotamento das equipes, fato já apontado anteriormente pelo SINESP e que é ressaltado novamente:

O adoecimento laboral já é uma realidade presente na pesquisa Retrato da Rede promovida pelo SINESP junto à sua base. Só tende a se agravar se a SME, sob o comando de Bruno Caetano, e em última análise o governo municipal liderado por Bruno Covas, não se responsabilizarem com métodos mais humanos de gerenciar o trabalho dos Servidores. 

O SINESP enfatiza que é contrário à volta às aulas presenciais em 2020 e que a SME precisa ser responsável pelas decisões centrais e não transferir os encargos para as equipes gestoras!

 

ASSIM NÃO DÁ!!!!

coletiva1911

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