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O Brasil vive seu momento mais crítico na pandemia até agora com índices alarmantes de contágio, adoecimento e mortes, e mesmo com a infraestrutura escolar deteriorada por anos de abandono e com a demora na vacinação, governos insistem no retorno das aulas presenciais.

Um alerta der estudiosos e da Organização Mundial da Saúde (OMS) joga luz adicional à insanidade que isso representa. Para eles, o principal agente de contágio cadeia pode não ser a criança, mas sim o adulto, até mesmo os que não estão dentro da escola.

A explicação vem de que, nos focos de covid-19 identificados em escolas pelo mundo, acredita-se que o vírus tenha sido levado na maioria dos casos para lá dentro por conta do comportamento de adultos próximos, e não do das crianças.

Adultos infectam crianças

Em artigo publicado pela BBC News Brasil o médico francês François Angoulvant, especialista em emergências pediátricas, afirma que "na maior parte do tempo, as crianças são infectadas pelos adultos — em geral um adulto da própria família".

Ele se baseia na realidade de seu país, onde houve abertura de escolas. E declara que lá ficou evidenciado que o adulto tem um papel fundamental na transmissão de doenças infecciosas para as crianças, sobretudo no caso da covid-19, em que crianças de até dez anos adquirem e transmitem o vírus com menos frequência do que as mais velhas ou os adultos.

Escolas tem de estar fechadas

Estudos sérios só recomendam a volta às aulas presenciais quando a transmissão comunitária está sob controle, o que não é o caso do Brasil no momento, que já chegou à marca de 1.726 mil por covid-19 em 24h.

Além disso, muitos educadores brasileiros rejeitam comparações com outros países, afirmando que esses paralelos não levam em conta as desigualdades sociais daqui ou deficiências do poder público em sua obrigação de garantir as medidas sanitárias básicas nas escolas.

Variantes nas crianças

Todo esse cenário pode ser agravado pelas novas variantes do coronavírus em circulação no Brasil e no mundo.

E à medida que mais adultos são vacinados contra o novo coronavírus no mundo, uma preocupação crescente é de que novas variantes se desenvolvam justamente entre crianças - um público que por enquanto não tem previsão de ser vacinado, uma vez que não há testes concluídos sobre a segurança e a eficácia da vacina nele.

É o que tem acontecido em Israel, onde a maioria da população adulta já foi vacinada contra a covid-19.

E, se a contaminação cresce na população infantil, um possível desdobramento preocupante é que haja mais casos de síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P), uma rara, mas perigosa doença que acomete uma parcela das crianças e adolescentes que entram em contato com o Sars-CoV-2.

Com as UTIs lotadas e o sistema de saúde à beira do colapso, ganha corpo a discussão de medidas mais restritivas e de lockdowns, que têm como dificultador a ausência de auxílio emergencial para amparar os mais necessitados e desvalidos. Ainda assim o conselho de Secretários de Educação defende a reabertura das escolas - veja mais AQUI.

Veja o artigo completo no portal da BBC News Brasil

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