Segundo a ONU, em todo o mundo, nove em cada dez estudantes estão temporariamente fora da escola em resposta à pandemia do novo coronavírus. Aqui no Brasil, muitas redes de ensino já suspenderam as aulas e procuram estratégias de ensino remoto em período de isolamento.
Um webinário organizado pelo Conselho Nacional de Educação, movimento Todos pela Educação e pelo Banco Mundial reuniu mais de três mil educadores para levantar questões importantes sobre a Educação frente à pandemia, nesta quarta-feira, dia 8 de abril.
Em um evento dinâmico e com participações de diversas lideranças, painéis de especialistas trouxeram questões importantes que apontam para os inúmeros desafios pedagógicos e regulatórios que temos pela frente. Luiz Roberto Liza Curi, presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), reconhece que estamos fazendo muitos esforços. Só que tivemos dois meses e meio desde o anúncio da pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e poderíamos ter nos preparado melhor.
Por se tratar de uma crise inédita na educação, precisamos pensar em atividades nos municípios que possam mobilizar estudantes e suas famílias. Mas é importante que essas atividades sejam validadas para o cumprimento do ano letivo. A legislação nacional precisa ser reordenada e estabelecer os limites na perspectiva da reposição.
A representante do Conselho Nacional de Secretários de Educação (CONSED), assinala a importância da união entre as ações governamentais, não-governamentais e as famílias. Para ela, a pandemia deixará uma lição para a educação brasileira. Temos que levar em conta as desigualdades e ter a consciência que não é a tecnologia que vai diminuir as distâncias.
Posição que também é defendida pelo movimento Todos pela Educação que soltou nota técnica na véspera assinalando que, as ferramentas de ensino a distância por mais importantes que sejam no atual contexto, têm limitações e não atendem a todas as crianças e jovens brasileiros da mesma maneira. Diante do atual momento, o Todos Pela Educação considera que é preciso cuidadosa normatização para as soluções de ensino à distância e, desde já, atenção ao planejamento de volta às aulas.
Em sua apresentação, a representante do Todos pela Educação frisou os inúmeros desafios regulatórios e pedagógicos com a suspensão temporária das aulas. Para ela, precisamos de uma coalizão para produzir parâmetros no sentido de corrigir as defasagens de aprendizado que acontecerão neste período. “E tudo isso levando em conta que, na pós-pandemia, receberemos estudantes com diversos níveis de marcas: fome, desemprego, estresse tóxico, luto”, pontua.
“O Brasil não tem a cultura do digital na educação básica, seja na rede pública ou particular”, aponta uma representante do CNE. Nesse contexto, precisaremos de uma grande movimentação e muitas parcerias neste sentido, com destaque para a importância dos conselhos municipais neste momento histórico.
Já o representante da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME), destacou que precisamos de ações e respostas nesse período de crise. “Ampliar os diálogos com estados, prefeituras e cobrar do MEC a responsabilidade institucional em validar o que será feito neste período”, assinala.
É preciso ter um planejamento de curto e médio prazo, utilizar a estrutura já disponível, combinar tecnologias, selecionar conteúdos já existentes e, mais do que nunca, incentivar o engajamento familiar, salienta um economista do Banco Mundial.
O SINESP defende que o debate sobre o uso de tecnologias como o ensino online deve ser encarado pelos educadores e seus Sindicatos, que não podem aceitar a novidade como novo normal e a imposição de modelos e formatos pelos governos sem discussão, estudo e muita negociação!
O desrespeito para com a rede de se fazerem materiais que não são para os Profissionais de Educação disponibilizados ou mesmo envolvidos na discussão as Equipes Gestoras ou setores como DIPED das Diretorias Regionais de Educação foi pauta já pelo SINESP junto à SME. A Instrução Normativa 15/20 e a Carta aos Educadores são exemplos da falta real de diálogo da Secretaria para com a Rede Municipal de Educação.
Em conjunto com outros sindicatos representativos dos profissionais de Educação o SINESP se posicionou sobre minuta da Instrução Normativa 15/20: Clique aqui e veja a manifestação
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LEIA AQUI a nota técnica “Ensino a distância na Educação Básica frente à pandemia da Covid-19”, do Todos Pela Educação, divulgada no dia 7 de abril.